Desconheço a autoria ou qual tenha sido a finalidade original dessa imagem mas sempre que a reencontro em alguma pagina da internet lembra-me tudo o que a ideia de Vida pode conter.
Até mesmo aquele paradoxo sobre o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, com que toda criança se diverte, retorna, desta vez mais sério e instigante.
Planeta terra, azul como na descrição do astronauta, encerra em suas entranhas o fogo, em forma de magma. É a vida em ebulição, incandescente em sua força criativa e transformadora. É o fogo, o sopro da Criação, a materialização do poder gerador, a concretização da vontade, o calor que nutre, acolhe, abriga, cura e protege.
Esse ovo espacial, cuja serena casca, recortada por mares e continentes, não revela o âmago vivo, o coração pulsante de suas entranhas. Mantém-se girando em órbitas que os homens da ciência qualificam e quantificam baseados em... em que coordenadas espaciais, dentro do infinito, podem os homens se basearem? Neste momento em que digito este texto, onde exatamente me encontro? E em que posição, se levarmos em consideração todo o espaço que nos abriga, e não apenas usarmos como referencias estes pequenos corpos do nosso sistema, uma galaxiazinha de nada flutuando na imensidão escura do Universo?
Essa foto, propositalmente construída, lembra um embrião, uma vida que acontece numa mágica que só mesmo os deuses poderiam ter imaginado. Alquimista-mór, o Criador nos fez assim, ovo e galinha ao mesmo tempo, criaturas e criadores, invólucros e essência.
Quando nos deparamos, numa leitura de tarot, com a carta de um Ás, e em especial o ÁS DE PAUS, imediatamente a associo a estas mesmas ideias: fonte geradora de novas energias, o momento da criação, quando uma ideia começa a ser materializada. Chocadeira de ideias, emoções, desejos, vontades, inspiração, o ÀS DE PAUS simboliza a matéria prima que constitui os sonhos. A inspiração que motiva a imaginação, o raciocínio, a emoção e o físico a produzirem algo que antes era apenas uma idéia. É a fertilidade, o nosso potencial de gerarmos, gestarmos e parirmos tudo o que imaginamos, tudo o que só existe como uma ideia, pequena ou grande, dentro das nossas mentes.
Vivenciar e meditar sobre a energia contida nos Ases, especialmente no ÁS DE PAUS, é reconhecer-se funcional, potente, consciente, ativo, participando, como autor e como plateia, dessa mágica chamada Vida.
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