sexta-feira, 20 de junho de 2014

O PENDURADO: a inveja paralisante




A Inveja, um dos 7 Pecados Capitais, poderia ser comparada a um carro em  “ponto morto”: quando o câmbio não está engatado a nenhuma marcha. Quando, apesar de poder estar funcionando, não sai do lugar.
A Inveja e a carta XII do tarot, o PENDURADO, se equiparam nessa situação de inércia. Quando invejamos algo ou alguém, paramos de viver nossa própria vida, e passamos a depender da do outro. É uma forma de vampirismo, a inveja: coloca-nos na situação de mortos-vivos, necessitando da energia vital dos outros para vivermos (mal). É um estado de suspensão, onde nada acontece porque o foco do invejoso não está nele, nos seus projetos, suas ações, sua personalidade, seus próprios desejos.
A Inveja é o aspecto “sombra”, negativo, do PENDURADO, pois essa paralisação não acontece por acidente, por azar, por descuido, por sacrifício, mas por uma profunda baixa autoestima do indivíduo em questão. Ele não reconhece suas aptidões, qualidades e defeitos, ou seja, ele não se reconhece e passa a usar o outro não como modelo, mas como mero objeto de auto punição. Ao passar a invejar, a cobiçar, a nutrir uma admiração obsessiva pelo outro e por aquilo que o outro representa e possui, o indivíduo entra num estado de estagnação que vai deteriorando sua alma, quando não o seu físico também.
Resgatar a própria dignidade, reconhecer-se como um ser humano único, com qualidades e defeitos próprios; compreender que o que não nos pertence não nos acrescenta; que a vida alheia é isso mesmo, a vida do outro e não a nossa; deixar de nutrir ilusões e canalizar os objetivos e desejos para coisas possíveis de serem concretizadas, são algumas formas de desatarmos os nós que criamos e que nos mantém pendurados, suspensos no vácuo de uma semi-existência, de uma vidinha miserável, tão pequena que só vemos o outro e o que o outro tem, sem sobrar nenhum espaço para nós mesmos.
E, convenhamos, não existe essa história de “invejinha”, “inveja branca”, Inveja cor de rosa”. Existe, sim, Inveja, disfarçada, camuflada, maquiada. E “invejinha” ou “invejona” esses são os mesmos sentimentos, portanto nocivos a qualquer pessoa que deles se alimenta.
Nada melhor do que assumir a si mesmo, à própria vida, com todos os problemas, dificuldades, frustrações, possibilidades, perspectivas, esperanças e alegrias que ela proporciona e pensar que todo empecilho, todo obstáculo deveriam sempre funcionar como um trampolim para um salto ainda mais alto, para alcançar um novo patamar, para viver uma experiência mais plena, para evoluir ainda mais na auto construção de um ser humano ainda melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário