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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Premeditação, a sabedoria das cartas do Tarot Egípcio de Kier




Conhecemos uma grande quantidade de jogos oraculares que se utilizam de cartas, lâminas semelhantes às do baralho, e podemos encontrar no comércio uma variedade deles, muitos com o nome de “tarot” ou “tarô”.
Em verdade são considerados Tarots (do italiano “tarrocco”) apenas os jogos compostos pelos 22 Arcanos Maiores e os 56 Arcanos Menores e que obedecem a estrutura simbólica e numérica do Tarot de Marseille (o mais tradicional) ou do Tarot de Waite (uma reinterpretação mais artística e didática dos Arcanos). Os demais oráculos, que não seguem esse padrão, não são “tarots”, mas “baralhos”, “cartas oraculares” e não há nisso nenhum menosprezo ou crítica em relação ao seu uso e eficiência como instrumentos de autoconhecimento e/ou oraculares.


 O “Tarot Egípcio de Kier”, um tarot argentino criado na metade do século passado e que não se enquadra exatamente nos padrões acima mencionados, sendo menos popular devido à complexidade dos seus símbolos e à estrutura dos seus Arcanos Menores, mas muito respeitado pelos tarólogos. Uma das suas cartas, a PREMEDITAÇÃO (nº 52) propõe que analisemos nossas escolhas visando sempre os fins pretendidos. O livre arbítrio, essa capacidade humana em optar, considerando benefícios e perdas e prevendo resultados, é um dos temas mais recorrentes nas leituras taromânticas.
Premeditar é ponderar, considerar alternativas, avaliar as estratégias e imaginar as possíveis consequências. É meditar, no sentido de isolar e focar sobre determinado assunto, avaliando-o racionalmente, observando seus detalhes e julgando sua veracidade ou adequação dentro de uma determinada situação ou processo de obtenção de um resultado pretendido.

É a planificação cuidadosa, astúcia, avaliação e a reflexão sobre os fatores e métodos a serem desenvolvidos e empregados na busca da satisfação pretendida.

Fazemos isso constante e até inconscientemente. Quando escolhemos uma roupa para vestir, se vamos ou não levar um guarda-chuvas, quando decidimos o que comer analisando um cardápio, ao escolhermos que programa de TV assistir ou se vamos ao cinema ou ficamos em casa. Optamos quando planejamos o itinerário da nossa viagem de férias, ou ao escolhermos qual a marca e o modelo de carro a comprar. Fazemos isso ao decidir sobre qual a melhor escola para os nossos filhos, ou se devemos ou não nos tornar sócios de um clube. Tomamos em nossas mãos a decisão de compartilharmos nossas vidas com alguém, de termos filhos e quantos e quais os nomes que daremos a eles, de nos separarmos. Todo o tempo estamos buscando discernir sobre o que é melhor para nós e para quem amamos.

Evidentemente erramos em algumas ocasiões. Talvez porque não tenhamos sido absolutamente racionais, éticos, justos, organizados, objetivos e críticos, honestos conosco, criativamente imaginativos, verdadeiros estrategistas ao analisar todo o processo da escolha.  Precisamos lembrar que não somos máquinas, insensíveis a mil e uma condicionantes tais como época, lugar, cultura, recursos, experiências prévias, idade, meio social, tradições, atividade, etc. Nestes casos só nos resta reconhecermos o erro e aprender com ele. Viver é um aprendizado constante e a nossa evolução espiritual também depende desse nosso esforço em coletarmos experiências, boas e más, e nos superarmos. Se a razão é importante no momento de escolher e definir metas, estratégias e objetivos, devemos considerar que os resultados serão muito mais percebidos pelos nossos sentimentos, nossas emoções. Sentir-se feliz e estar em paz com a nossa consciência, em harmonia com o ambiente que nos cerca e progredindo em nosso desenvolvimento espiritual são sintomas que estamos agindo corretamente na busca e conquista dos nossos objetivos . 

Portanto, quando a Razão parece não resolver o impasse, dê uma chance ao seu Coração. Muito provavelmente você irá acertar.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Querer é poder: O Mago


Habilidades todos temos. Talentos, também. Mas às vezes, por circunstâncias as mais diversas, temos uma grande dificuldade em "descobri-los" ou mesmo acreditar que os temos, que são características nossas e que podemos desenvolvê-los, se quisermos.
Viver bem, plenamente, é um ato de, se me permitem, malabarismo. Temos que saber dosar e equilibrar desejos, ambições, angústias, dores, vontades, medos, interesses, etc. Há, também, os limites físicos, aqueles mais visíveis a olho nu, com os quais temos que aprender a conviver ou então encontrar soluções para modificá-los. Tornar-se economicamente estável, ter um corpo bonito e saudável, morar bem, tudo isso demanda muito foco, trabalho e sacrifícios vários. Estudar, aprender, adquirir conhecimentos, evoluir na carreira ou numa área específica também é um processo lento, gradual, que demanda investimentos de toda ordem. A tão ansiada e proclamada evolução espiritual, então, consiste no trilhar de um caminho escolhido e nele perseverar, apesar das inúmeras e constantes tentações, das seríssimas crises de desânimo e descrença.
Estar vivo é estar exposto a condições nem sempre totalmente controláveis mas que podem ter seus piores efeitos amenizados a partir do momento em que vamos tomando consciência das nossas aptidões.

O MAGO é o símbolo da individualidade, da força criativa, da inteligência, da vontade, do desejo de dominar que todos possuímos. A própria postura do MAGO na ilustração das mais conhecidas cartas de tarot apela para esse fato estabelecendo a seguinte comparação: "Assim como Deus nos céus, o homem na terra". Seu braço erguido apontando para o alto enquanto o outro aponta para o chão é a imagem desse axioma. O ser humano é o ponto de união entre o Criador e o mundo natural, ou seja, aquilo que Ele criou.
Sobre a mesa, em frente ao MAGO, repousam símbolos do seu domínio: copo, punhal, moeda, , ou seja, os elementos Água (naipe de Copas = emoções), Ar (naipe de Espadas = razão), Terra (naipe de Ouros = matéria). Em sua mão, estendida para o infinito, uma varinha (mágica?), representando o Fogo (naipe de Paus = espírito). É no domínio desses 4 elementos que o MAGO produz suas "mágicas", ou seja, tudo aquilo que ele precisa saber e fazer para viver integralmente.
É a primeira carta numerada (nº 1) do tarot porque ele simboliza o Criador ( Aquele que vem antes de tudo) que existe em cada um de nós. Se Deus nos criou à sua imagem e semelhança, de acordo com o Gênesis, então podemos dizer que somos "miniaturas" dEle, seus legítimos representantes neste planeta.

Quando essa carta surge num jogo taromântico, entre as inúmeras possibilidades interpretativas podemos também dizer que necessitamos usar nossos recursos próprios, nativos, interiores para lidar com as situações no momento presente. É necessário que façamos uso das nossas habilidades naturais e as demais, desenvolvidas, para conduzirmos a situação, resolvermos o problema, conseguirmos os resultados que desejamos. Somos "mágicos", capazes de produzir efeitos surpreendentes no mundo exterior com a nossa capacidade, com nossas habilidades, com nossa voluntariosidade.

A carta do MAGO, quando numa posição positiva dentro da jogada oracular, ou mesmo como objeto de meditação, é a lembrança de que tudo aquilo que realmente almejamos, podemos conseguir. Tudo o que nos propomos a fazer, investindo nisso nossas melhores intenções, nossas habilidades, conhecimento e ação, pode ser conseguido. Ação é uma das palavras que definem esse Arcano. De nada adianta querermos algo se não nos movimentarmos objetivamente em direção à meta pretendida.

Se eu quiser fazer um bom curso, tenho de ter disciplina, estudar, pesquisar, obter conhecimentos de diversas fonte, submeter-me a horas de estudos e a provas de capacitação. Se eu quiser ser um bom motorista, além das aulas teóricas, do aprendizado de leis, normas e símbolos gráficos referentes ao trânsito e tráfego de veículos, tenho que praticar muito, dentro de um carro, na vida real. Se eu quiser ter um corpo saudável e bem proporcionado, não será preguiçosamente sentado, comendo sanduíches e ingerindo refrigerantes que eu irei consegui-lo, mas na constância da prática do exercício físico e numa dieta alimentar balanceada (sempre supervisionadas por um profissional da área e seu médico). Se eu quiser fazer a tão sonhada viagem de férias para aquela praia paradisíaca, devo, desde já, ir economizando, estudando roteiros, consultando tarifas, fazendo reservas, programando tudo o que se fizer necessário para suprir a minha ausência durante o período que estarei ausente. Se eu quiser que meu relacionamento seja pleno, tenho que aprender a lidar com as minhas emoções, a desenvolver meu conceito de companheirismo, de cumplicidade, a melhor controlar minha impaciência, meu mau-humor, a aprender a balancear os defeitos e as qualidades do outro, a perseverar no meu intento face às muitas possibilidades de desistência.

A frase que definiria o MAGO, Arcano nº1 do tarot é "Querer é Poder". Portanto, o grande truque de mágica que essa carta nos ensina é que cada um de nós é o autor, o criador da vida que leva. Capacidade, recursos interiores e oportunidades todos tem, mas assumir esses potenciais e ter vontade de utilizá-los, bem... isso é uma questão de livre arbítrio.