Mostrando postagens com marcador amantes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amantes. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 28 de abril de 2014
OS AMANTES: escolhas & decisões
Na carta dos AMANTES, 12º Arcano Maior do tarot, entre tantos significados simbólicos que representa, o de escolha, de opção, de livre-arbítrio é um dos mais importantes e instigantes. E para fazermos boas escolhas é necessário que tenhamos experiência, estejamos maduros o suficiente para podermos avaliar, com clareza, os reflexos que toda e qualquer opção que tomamos tem em nosso futuro e nas vidas das pessoas que nos cercam.
É uma carta que demanda um grau de responsabilidade que muitas vezes ainda não adquirimos, através da vida, através dos mecanismos necessários que nos habilitem a fazermos as escolhas corretas. Ainda não conhecemos de cor o caminho para sabermos, com certeza, qual das direções optar, ao chegarmos numa bifurcação. O que fazer em situações como essas? Podemos tomar o caminho da direita e acabarmos nos perdendo, mas conhecendo uma nova região, com uma espetacular paisagem. Ou podemos optar pelo da esquerda e chegarmos ao nosso destino pretendido. Não há garantias.
O mesmo ocorre quando assumimos compromissos. Apaixonar-se por alguém ou por um ideal traz uma série de consequências que nos fazem, muitas vezes inseguros de assumi-las, por não nos considerarmos aptos de cumprirmos com elas e, sobretudo, as assumirmos e nos responsabilizarmos por elas e pelos rumos que possam tomar. É muito importante que percebamos que nessas escolhas nunca estamos completamente sós, envolvendo outras vidas, atrelando o destino de outras pessoas ao nosso.
Tenho um conhecido que foi cartorário durante muitos anos, construindo uma carreira notarial ilibada e um patrimônio bastante considerável. Mas vivia frustrado. Nada lhe agradava e queixava-se que, mesmo com todo o conforto e garantia de uma vida financeiramente segura, ele detestava os serviço que fazia e daria tudo para viver o seu sonho de juventude que era o de ser artista plástico. Solteiro, filho único e vivendo com sua mãe viúva e idosa, num rompante de coragem, devolveu o cargo para o governo, reviu o aluguel dos imóveis que possuía, atualizando-os, abriu uma poupança para a sua mãe, reservou um pouco de dinheiro para si próprio e pois o pé na estrada. Mudou-se para a Europa, onde foi estudar e procurar realizar seu sonho.
Em pouquíssimos anos, a inflação havia consumido com grande parte dos valores poupados, os imóveis estavam novamente com seus aluguéis defasados e precisando de grandes reformas estruturais e, para culminar, o Plano Collor, deixou a ele e à velha mãe com R$50,00 no banco. Ele, cuja tão sonhada carreira como artista plástico não deslanchou, viu-se obrigado a trabalhar em empregos muito mal pagos e sem nenhuma perspectiva, por ser imigrante. Não conseguiu, sequer juntar o dinheiro para voltar ao país. Sua mãe, vivendo em condições muito precárias, aceitou uma oferta enganosa de uma construtora que lhe oferecia dois ou três apartamentos, inclusive um duplex na cobertura, em um novo empreendimento a ser construído em troca dos seus imóveis, inclusive o que ela morava. Escritura assinada e... a construtora estava nas páginas de todos os jornais por ter falido! Nem casa, nem cobertura, nem onde morar. Sim, restava-lhe o direito de apelar na Justiça, mas isso tem custos e ela não tinha como pagá-los. Foi morar na casa de uma ex-empregada, que a acolheu e dela cuidou até a sua morte.
O filho continua morando no exterior, mudando ocasionalmente de cidade ou de país, sempre em trabalhos temporários. Hoje, mais velho e apresentando os desgastes naturais da idade, vive um estado de depressão crônica, lamentando-se pela opção feita no passado, pela forma impetuosa e cega de paixão que conduziu suas escolhas, e pela falta de um olhar mais claro, mais atento, menos tendencioso sobre as possíveis consequências de suas decisões. O remorso o consome e o sentimento de culpa que nutre, especialmente, pela forma que sua mãe viveu seus últimos anos, o atormenta e o mantém preso a uma vida autodestrutiva não se permitindo, ainda que seu arrependimento seja sincero, o necessário perdão.
Há momentos na vida de todos nós que tomamos decisões das quais nos arrependemos. Sempre há riscos a serem considerados e aceitos. O importante é essa aceitação. Estarmos preparados, o melhor possível, para recebermos as alegrias, os benefícios, ou as tristezas e as perdas que nossas escolhas possam resultar. É necessário que enfrentemos com coragem e determinação essas nossas dificuldades, esses nossos erros, o mal uso do nosso livre-arbítrio, assumindo esses aspectos como parte integrante de nós mesmos. Só assim, sabendo com o que estamos lidando, podemos buscar a nossa harmonização, não permitindo viver sob o jugo de nossas más decisões, mas equilibrando-as com aspectos, atitudes e comportamentos mais positivos da nossa personalidade. Os alquimistas chamavam esse procedimento de solve et coagula, ou seja: analise-se bem, reúna e dissolva tudo o que for menor, negativo, inferior que houver em você, ainda que lhe pareça extremamente doloroso o procedimento; em seguida, tendo as suas forças sido renovadas por essa operação, recomponha-se novamente.
Quando o Arcano XII, os AMANTES, aparece numa leitura de tarot, dependendo sempre da sua colocação na disposição escolhida e demais cartas que a cercam, além da situação proposta pelo consulente, pode, também, significar vontade ou tendência a comprometer-se; dualidade; contraditório; buscar a complementação de algo; união divina; equilíbrio; discernir; combinar; fazer escolhas; conflitos emocionais; amor e relacionamentos; harmonia, beleza e perfeição; escolher um parceiro, um sócio; ser responsável ou assumir a responsabilidade por algo ou alguém; estar vivendo uma vida dupla; energia sexual ativada; casamento entre opostos; individualidade; gêmeos; ajuda para transpor obstáculos; ter um “caso” fora do relacionamento; todas as formas de amor e de amar; atração mútua; ser fiel a seus princípios; saber o que é bom e o que não funciona para si mesmo, entre muitas outras possibilidades.
Quando numa posição considerada ruim, de obstáculo numa leitura de tarot, este Arcano pode representar indecisão; más escolhas; tentação; ser dispersivo; só se interessar pelos aspectos físicos da relação; infidelidade; adultério; ciúme; controle; ligações perigosas; brigas; triângulo amoroso; divórcio, separação; forte oposição.
Quando a carta dos AMANTES aparece, é um convite para meditarmos sobre quem somos e sobre o que valorizamos em nós mesmos e nos outros. Aproveite para observar e apreciar os contrastes e as diferenças e perceber que tudo existe de forma complementar. Yang e Yin. Não há melhor ou pior. Existem, isto sim, escolhas mais ou menos apropriadas.
Marcadores:
amantes,
amor,
arcano,
arquetipo,
arrependimento,
cartomante,
complementar,
conflito,
decisão,
escolha,
esoterico,
esoterismo,
espiritualidade,
indecisão,
lovers,
meditar,
oposto,
simbolico,
tarologo,
tarot
Local:
Leopoldina - MG, Brasil
sexta-feira, 21 de março de 2014
OS AMANTES: o Arcano VI e a questão das opções
A ideia arquetípica do Amor, daquele amor que encontramos
nos folhetins, nas novelas mais bregas, nos cartões do Dia dos Namorados,
aquele amor com Cupido pairando numa nuvem pronto para disparar suas setas e
inflamar corações apaixonados. Essas imagens todas também fazem parte dessa
carta que, entre tantas e tantas possibilidades, nos fala das escolhas que
fazemos.
Escolher o/a parceiro/a ideal é tarefa árdua. Envolve, além
de todo o mais, compartilhar com um outro alguém a vida com tudo o que ela tem
a oferecer de positivo ou não. É um chegar à conclusão de que aquela pessoa é
com quem queremos estar juntos na intimidade, momento em que normalmente
baixamos guarda, nos despimos das nossas máscaras sociais, e nos revelamos por
inteiro.
Por mais que nestes tempos que correm os compromissos entre
casais de amantes possam abdicar de cerimônias e ritos religiosos, de
documentação expedida em cartórios, de arautos a comunicar à sociedade a
formação de mais um novo casal, apesar de tudo é uma escolha significativa e
que, como todas as demais, implica em consequências, inclusive legais.
Portanto, escolher a pessoa com quem queremos compartir nossa vida, é um ato
que ultrapassa o simplesmente emocional e envolve, também, algumas reflexões,
algumas considerações.
Na carta do Arcano VI, OS AMANTES, normalmente vemos ilustrada
a figura de um jovem entre 2 mulheres (uma mais velha que a outra) com Cupido
(ou um Anjo) a observar a cena, pronto para disparar sua flecha. É um momento
de decisão, de escolha. É quando temos que optar por abandonar a liberdade ou a
solidão que o estar solteiro proporciona, com todos os seus benefícios e
mazelas, e escolher uma nova direção, uma nova experiência, para nossa vida.
Mas esses casamentos, essas uniões, não acontecem apenas no
plano sentimental, da constituição de uma família, mas também no trabalho, nas
sociedades que estabelecemos, nos grupos e partidos aos quais nos filiamos, nos
compromissos que assumimos. Em todos esses poucos exemplos há escolhas, há
momentos em que temos que optar por algo e isso significa abandonar outra
possibilidade. É essa responsabilidade em ter que decidir sozinho/a entre o que
realmente se deseja e o que é melhor para nós, entre o que é bom e o que é mau,
entre o que é útil e o que é dispensável, entre as vantagens que possivelmente
teremos e o abrir mão de outras tantas, é o que nos provoca angústia. Não temos
mais quem tome essas decisões em nosso lugar. Não temos mais pais e mães
decidindo a roupa que vamos usar, o clube que iremos frequentar, as festas às
quais iremos, onde passaremos as férias, a escola em que estudaremos. Agora é
por nossa conta.
Mas, e a grande maioria das ilustrações d’OS AMANTES não
deixa dúvidas, há algo maior, acima da razão e da emoção do momento, a nos
orientar nessa escolha. O símbolo disso é o Anjo, ou o Cupido, personagens,
neste caso, que representam a presença da Espiritualidade, a intervenção de uma
consciência mais elevada nesse nosso momento de decisão. Alguns chamam a isso
de Anjo da Guarda, outros, de pura intuição. Não importa o nome que se dê, mas
é reconfortante saber que não estamos absolutamente sós nesses momentos e que
nossas escolhas também recebem o suporte de o quanto o nosso aspecto espiritual
está em harmonia com o físico, o intelectual e o emocional.
Marcadores:
amantes,
amor,
anjo,
arcano,
carta,
casal,
cupido,
decisão,
emocional,
escolha,
esoterismo,
espiritual,
material,
namorados,
opção,
oraculo,
paixão,
seleção,
tarot
Local:
Leopoldina - MG, Brasil
Assinar:
Postagens (Atom)