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quinta-feira, 20 de março de 2014

A Lua: mistério e ilusão no Arcano XVIII




Há dias em que a gente se sente mais cansado que o normal, desanimado, desabastecido daquela energia vital que nos move, nos faz ir atrás do cumprimento dos nossos compromissos, da solução dos problemas que inevitavelmente aparecem e da realização dos nossos desejos. É um estado de abatimento que fica entre o torpor e uma certa depressão.
Procuramos a causa, o porque desse estado de alma e muitas vezes não chegamos a nenhuma conclusão, ou pelo menos a uma que satisfaça a nossa lógica. Se formos buscar alguma resposta no tarot é muito provável que ele nos apresentaria o arcano XVIII, A LUA.

Pois é isso mesmo: A LUA, que também é um dos símbolos do romance, não tem luz própria necessitando do brilho de uma estrela como o Sol para ser vista. A LUA é um reflexo, não existindo se não houver o objeto que a ilumine, a torne visível. Sendo uma “reprodução”, uma imagem, não possui as mesmas característica de força, de brilho, autonomia, calor, luz, energia que o Sol possui. Pode-se dizer, no tarot, que A LUA é Yin, enquanto o Sol é Yang. A LUA é feminina e o Sol masculino. A LUA é receptiva, o Sol é doador.
Se o astro-rei, ao surgir numa leitura de tarot, representa na maioria das vezes o sucesso, a realização, o bom desempenho dos nossos esforços, a materialização dos nossos desejos, a claridade e a verdade, A LUA, por sua vez, pode significar os estados de recolhimento, a necessidade de isolamento, os estados mais alterados das atividades mentais, os sonhos, delírios, fantasias, pesadelos, os traumas e os medos.

O subconsciente, aquele conhecimento do qual não temos exata consciência quando estamos acordados, raciocinando de maneira lógica, afloram quando encerramos nossas atividades físicas e vamos dormir, na forma de imagens oníricas as quais muitas vezes não nos recordamos ao despertar. É como se a força da LUA influenciasse não apenas o movimento das marés nos oceanos e mares, mas também um fluxo de saberes que todos possuímos e compartilhamos, codificados em imagens e situações surreais e que irão compor nossos sonhos.

 Por não ter luz própria e, portanto, não iluminar o suficiente, passa também a ser o símbolo das mentiras, das ilusões, das fantasias de todos os tipos que nos permitimos criar e viver. Está, por isso, diretamente associada aos processos criativos, às inspirações, aos insights, vividos por artistas de todas as áreas. Por passar por mudanças (crescente, cheia, minguante e nova), pode associar-se às transformações vividas pelas mulheres nos ciclos menstruais e mesmo durante a gravidez. Muito simbolicamente, representa as 3 fases do desenvolvimento do feminino: a Menina, a Mulher, a Velha Sábia. Muito do que é cíclico, daquilo que obedece um padrão repetitivo, de alternância, pode ser associado à LUA que repete interminavelmente o seu ciclo, dentro de uma mesma periodicidade.

Associada aos poetas, aos compositores, aos amantes, A LUA representa a nossa necessidade de mergulharmos em nós mesmos para encontrarmos a voz da nossa Alma, muitas vezes sufocada pelo nosso cotidiano eminentemente solar. Nos apaixonamos loucamente, perdemos a inibição de declararmos nossos mais íntimos sentimentos, nos permitimos acreditar em fantasias e ilusões que, bem no fundo, sabemos serem só isso mesmo, sem a menor possibilidade de concretização, dizemos inverdades que não manteremos e nem reconheceremos à luz do dia, nos metamorfoseamos em personagens que vivem escondidos da luz solar, tudo sob a influência da LUA.

Quando esta carta aparecer numa tiragem de tarot, lembre-se que ela pode estar-lhe chamando a atenção para algum fato, situação, pessoa, estado de espírito que não é totalmente confiável, real, racional. É muito comum, nesses casos, que aquela nossa sonolência, apatia, insatisfação, langor estejam associadas à vivência das energias absorvidas pela LUA. Não se desespere, pois, tal como a própria, isso é uma fase, um ciclo com início, meio e fim. Vai passar.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Rei de Copas: protetor, romântico e compassivo


Copas é o naipe do Elemento Água que, por sua vez, é uma substância amorfa, maleável, mutável, podendo perfeitamente bem representar nossos sentimentos, que não são nem rígidos nem sólidos, mas se apresentam em constante mutação.  Em instantes podemos passar por diversos estados emocionais, com nosso humor variando tão rápida quanto inesperadamente, que muitas vezes nem nos apercebemos dessas mudanças. Enquanto que a Água simboliza nossas emoções, o naipe de Copas enfatiza seus aspectos mais otimistas: amor, sonhos, desejos, esperanças, fantasias, sensibilidade, felicidade
Entretanto esse naipe não é privilegiado, ou seja, não retrata a felicidade apenas em seu estado mais puro, sem problemas, idealizado. Em seus aspectos mais negativos, temos no naipe de Copas as ilusões, as superstições, os rancores, os ressentimentos, a instabilidade, a fraqueza, a preguiça e a falsidade, entre outros mais.


O REI DE COPAS, como todos os demais Reis das cartas de Corte do tarot, representa a expressão máxima das características do seu naipe. Podemos reconhece-lo na figura do terapeuta, no conselheiro matrimonial, no sacerdote, no parapsicólogo, no shaman,no místico, nos artistas de todas as formas de expressão criativa, nos cientistas e nas diversas situações onde a sua capacidade em ser prestativo, paternal, amoroso, sábio, carismático, intuitivo, religioso, protetor, emocionalmente amadurecido, bom negociador, apoiador e promotor  das artes, possam ser de fundamental importância.
Quando o REI DE COPAS aparece numa leitura de tarot, dependendo da sua localização entre as demais cartas, normalmente representa alguém que é um bom pai, um bom provedor, mestre, conselheiro, orientador, confiável, generoso, respeitado, diplomático, protetor e bastante caseiro. Representa o bom samaritano. É, sobretudo, uma pessoa gentil, sensível, intuitivo, imaginativo, criativo, inteligente, romântico, emotivo, compassivo, amável, e temperamental.

Em seu aspecto mais negativo, afinal, todas os Arcanos tem um lado positivo e outro negativo, ou "sombra", o REI DE COPAS revela-se uma pessoa falsa, instável, influenciável, que desconhece limites, corrupta, sentimentalóide, piegas, invejosa, egoísta,  podendo ser alguém intimidador e bastante dominador.
Ao nos utilizarmos dessa carta para meditação, resgatamos nossas emoções mais fraternais, de amor incondicional, aquelas que sentimos pelo coletivo, pela humanidade em geral. Poderíamos, inclusive, dizer que a frase que muito bem se aplica ao simbolismo contido esta carta é a citada no Evangelho:
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado".