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terça-feira, 20 de maio de 2014
4 DE ESPADAS: Trégua, ou, a pausa que regenera
“A pausa que refresca”. Esse foi um dos mais famosos slogans de uma marca de refrigerante que dominou o mundo através de uma maciça, criativa, popular, e sem data para terminar, campanha publicitária. Enfim, há que se reconhecer que uma simples receita de um “tônico” tenha evoluído para uma das marcas mais valiosas e, como bebida, tenha atingido e agradado a tantos, em todas as regiões do globo que, indiferentes às críticas e advertências de médicos e nutricionistas, continuam a consumi-la.
Mas o que mais chama a atenção na publicidade acima é a frase que a acompanha e justifica a imagem que a ilustra. A dona de casa, entre tantos afazeres domésticos, concede-se alguns momentos de distanciamento de suas obrigações e dedica-se a saborear... o dia, o tempo que passa, as imagens que surgem em sua mente, a satisfação de estar ali, presente, vivendo aquele momento sem expectativas ou ansiedades. É um momento de recuperação, de restauro das energias. Hora de recarregar as baterias. Um intervalo entre uma e outra atividades.
O soldado em sua armadura, deitado sobre a laje fria no interior de um santuário (repare o vitral da janela), imagem do Arcano 4 DE ESPADAS do tarot, também parece estar gozando de uma “pausa refrescante”. Deitado sobre uma espada, mas com outras 3 pendentes sobre si, em muito se assemelha à mulher da figura no alto desta página: dando um tempo entre tarefas a serem cumpridas, lutas a serem travadas, obstáculos a serem vencidos, planos a serem pensados, problemas a serem resolvidos, assuntos a serem discutidos, decisões a serem tomadas. Ele, definitivamente, está "recarregando as baterias".
Ainda que ele não faça uso do estimulante e gaseificado frescor do refrigerante, ele busca o tranquilo e silencioso ambiente do claustro para isolar-se, momentaneamente, e repor as energias que lhe serão necessárias para solucionar todas as pendências. Cada um à sua maneira, encontra uma forma de desestressar-se no transcorrer da execução de suas obrigações e compromissos. Inúmeras vezes nos vemos “bombardeados” com uma sucessão de problemas a serem resolvidos, de atividades a serem cumpridas, e acabamos por resolver tudo às custas de muito esforço e sacrifício, terminando esgotados e sem nenhuma satisfação com todo o processo. Noutras, nos atrapalhamos na execução dos mesmos e não os completamos ou, pior, os realizamos mal, de maneira errônea, devido à impossibilidade de nos concentrarmos num só a cada vez. Em todos os casos, saímos decepcionados e vencidos, com uma sensação de amarga sensação de incapacidade.
Entretanto, o que a carta do 4 DE ESPADAS do tarot simboliza é a busca de uma estabilidade pessoal, de um equilíbrio, de uma harmonia interior. O guerreiro está deitado, perfeitamente apoiado à pedra que o suporta. Sua posição é formal, equilibrada, porém tranquila. A espada que está sob seu corpo pode estar sugerindo que, entre os problemas a serem pensados e resolvidos, alguns já foram solucionados, enquanto que outros aguardam, seu retorno à ativa, para serem avaliados e resolvidos e esses pendem ameaçadoramente sobre a sua cabeça.
Saber o momento de fazer uma trégua na luta diária, consciente que tudo poderá ser melhor esclarecido, analisado e executado se estivermos no melhor do nosso desempenho físico, mental e emocional, é um bom pressuposto para ações vitoriosas.
Há aqueles que preferem parar tudo o que estão fazendo e sairem para uma breve caminhada; outros relaxam por alguns minutos ouvindo música; alguns leem um poema um capítulo de um livro, folheiam uma revista; há quem prefira meditar. Qualquer que seja o método usado, o importante é aproveitar esses momentos para desviar a atenção do assunto em questão e procurar reencontrar o equilíbrio perdido. Para “cabeça quente” nada melhor que uma pausa refrescante, regeneradora. Portanto, se um refrigerante, um suco ou uma água de coco geladinha ajuda... Por que não?
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Local:
Leopoldina - MG, Brasil
quinta-feira, 27 de março de 2014
O PENDURADO: quando a Vida nos exige sacrifícios
O jogo “da forca” é aquele em que, a cada letra errada para formar uma determinada palavra, o jogador vai acrescentando mais uma parte ao desenho que o representa. O que ele não pode deixar que aconteça é cometer tantos erros que façam com que seu avatar iconográfico fique completo. O pior é que essa figurinha enquanto vai sendo completada devido aos erros do jogador, vai sendo enforcada.A foto acima tem alguma coisa dessa brincadeira. O indivíduo vai criando marcas nas paredes, que talvez representem os dias em que está encarcerado ou, mesmo, os seus erros. Enquanto isso, vai-se formando, membro a membro, a figura a ser enforcada. E, note-se, o próprio homem já está com uma corda no pescoço...
Quase em todas as diversas representações artísticas do Arcano XII, o PENDURADO (que muitos, Enforcado), encontramos representada uma situação semelhante à da imagem acima. Tudo nele me lembra um tempo forçado de reclusão. Uma época em que nada progride. Paira no ar a ameaça de que a situação pode ainda piorar...
Sem dúvidas, ficar pendurado por uma perna deve ser, antes de mais nada, algo altamente doloroso. Uma tortura. Além do fato de que seria necessário um grande preparo físico, talvez o de um atleta olímpico, para a própria pessoa conseguir flexionar-se de livrar-se da amarra. Ainda assim corre o risco de cair de cabeça.
Tem-se que considerar também o fato de que, imobilizado, o sujeito não tem condições de fazer valer o seu direito de ir e vir, o seu livre arbítrio quanto às opções de onde estar. Como se isso já não fosse o suficiente, ficar numa situação inversa aos demais, contrária àquilo que chamamos de normalidade, expõe o indivíduo ao escárnio alheio. Torna-se motivo de chacota. Tem sua autoestima aviltada. O Ego reduz-se a uma sombra do que já foi.
Ninguém opta por esse tipo de situação de boa vontade ou porque assim o quer, a não ser, é claro, aqueles que vivem de fazerem-se de “pobres vítimas de um destino cruel, enjeitados por todos, frutos do desprezo de um deus cruel”. Normalmente, quando nos vemos nesse triste papel de PENDURADO, é porque não tínhamos ou não encontramos outra opção, está além das nossas forças, da nossa vontade. É um acontecimento que não temos controle, ao qual temos que nos resignar e vive-lo em sua extensão, esperando que, ao menos, sua duração seja breve e que possamos descobrir logo a "palavra oculta", a razão do porque estarmos envolvidos em tal episódio, e nos livrarmos da corda que vai, como no jogo da forca, se apertando em nossos pescoços.
É comum nos perguntarmos, enquanto passamos por situações que nos limitam a ação, nos sufocam, nos obrigam a rever toda uma filosofia de vida, ou que nos forçam a esperar por resultados que parecem nunca acontecer, se realmente acreditamos numa recompensa qualquer para esse tipo de, digamos, tortura ou sacrifício. Grande parte das ilustrações desse Arcano acrescentam um halo de luz, numa referência quase explícita à divindade ou à iluminação interior, no pobre coitado que balança pendurado pelo pé. Isso para nos recordar que todo sacrifício nos redime, nos eleva espiritualmente, nos torna melhores e deles saímos mais sábios, experientes, preparados, com um outro olhar sobre tudo e todos.
Quando essa carta surge numa leitura de tarot, dependendo, é claro, da sua posição na jogada e das
outras cartas que a acompanham, que devemos nos preparar para um período de "pés e mãos atados". Aquelas épocas em que, por algum motivo, ficamos impossibilitados de tomar alguma ação concreta.
Alguns exemplos: uma doença que nos obriga a ficar acamados, a perda ou quebra de um equipamento indispensável ao nosso trabalho, o tempo que o banco demora para realizar a transferência tão aguardada, os dias e anos que dedicamos nos cuidados daquele ente querido adoentado, ficando-lhe todo o tempo à cabeceira ou à disposição.
Em todos esses exemplos à o caráter de resignação, de imobilidade, de auto sacrifício o que de mais significativo essa carta sugere. E o que fazer nessas situações, já que normalmente não temos total controle das mesmas? É aí que entra a reflexão proposta pelo PENDURADO que é a de que esses períodos em que a nossa vida parece estar em estado de suspensão são preparatórios para os que virão a seguir, quando então, de alguma maneira, seremos recompensados e talvez essa recompensa esteja muito mais ligada à nossa evolução no rumo do crescimento espiritual.
Esperemos que assim o seja.
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