Trabalhar em grupo é, antes de mais nada uma arte, pois é
preciso ser criativo, humilde, seguro de si, aberto a novas ideias e
oportunidades, diplomata, manipulador, companheiro, produtivo, generoso,
participativo, etc, etc.
Ao contrário da (relativa) autonomia que possui aquele que
trabalha sozinho, por conta própria, sem necessariamente ter que pedir a
colaboração, interagir, prestar contas ou dar satisfações a outros, o trabalho
coletivo, especialmente aquele de criação, exige de todos os participantes uma
grande dose de autocontrole e de total ausência de preconceito. É necessário (e
ideal) que todos os integrantes tenham ideias próprias e estejam prontos a
compartilhá-las, defende-las e justifica-las. Mas, é preciso também, que saibam
ouvir, compreender e até mesmo aceitar as opiniões dos demais, atentos ao fato
que no trabalho grupal o que importa é o resultado, não necessariamente o autor
da ideia.
Abandonar o ego, deixar de lado as vaidades, abrir mão do
controle total, acatar a rejeição sem deixar intimidar-se, reconhecer que o
outro pode ser, e muitas vezes é, capaz de produzir mais e melhor, não sofrer
com críticas e recusas, são os grandes desafios enfrentados por todos os que
trabalham coletivamente em função de um resultado único. O orgulho, a vaidade e
o autoritarismo são os maiores empecilhos para o perfeito funcionamento das equipes.
Sobrepujar essas dificuldades e abrir-se para a contribuição livre e espontânea
são as qualidades que melhores resultados produzem quando temos que trabalhar
ou mesmo discutir com outras pessoas.
A imagem da carta 5 DE PAUS do tarot é costumeiramente
reproduzida e entendida como uma batalha, um momento de desgaste, de conflito,
de combate. Isso não deixa de ser verdade, pois uma sessão ou reunião de “brainstorming”
de um grupo de pessoas criativas é, em verdade, uma arena onde se batalha em
defesa de ideias e opiniões, onde tem-se que editar, selecionar aquilo que
melhor representa os interesses do grupo. Onde ótimas sugestões são abandonadas
em favor de outras, onde o interesse comum sobrepuja o individual.
Isso não significa, necessariamente, que cada um abra mão da
sua maneira de pensar ou de suas construções mentais, ou mesmo das suas
crenças. O que é preciso entender é que, mesmo sem concordar integralmente com
a opinião alheia, precisamos estar receptivos à novas ideias, a novos valores,
a novas filosofias, a novas formas de pensar os problemas e suas soluções. Esse talvez seja o maior e melhor efeito
obtido nas relações em que existam conflitos de ideias e vontades. Ampliar a
discussão, alargar os horizontes, buscar outros pontos de vista para o mesmo
problema, estimular a criatividade, reaprender a ver e ouvir, considerar
alternativas e até mesmo falhas e impossibilidades, são alguns dos reconhecidos
benefícios que as discussões proporcionam.
Flexibilidade nas ideias e nas relações interpessoais,
desejo de colaboração, consciência crítica e empatia são qualidades
indispensáveis na convivência, não só no ambiente do trabalho, mas na família,
com os amigos, nas relações do dia a dia. Não significa que tenhamos que nos
despir da nossa personalidade no intuito de agradar aos outros, ou que não
possamos defender nossas ideias, pontos de vista, opiniões tementes de ferirmos
suscetibilidades ou não sermos aceitos ou compreendidos. Ao contrário: o 5 DE
PAUS nos remete diretamente à ideia de contribuição, de soma, de agregar para
que o resultado pretendido seja sólido, bem resolvido em todas as suas etapas.
É a carta do tarot que simboliza que é das diferenças e do debate sobre essas
mesmas diferenças que nasce o entendimento. Como dizia o jornalista esportivo
norte-americano Howard Cosell:
"A maior vitória na competição é derivada da satisfação
interna de saber que você fez o seu melhor e que você obteve o máximo daquilo
que você deu."
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