quinta-feira, 19 de junho de 2014

2 DE OUROS: o necessário jogo de cintura




     Não é a primeira e nem será a última vez que vejo alguém jogando capoeira e termino por associar esse jogo-dança-luta ao 2 DE OUROS, uma das cartas dos Arcanos Menores do tarot e  que simboliza, sobretudo, a flexibilidade na maneira de pensar e agir.

     Ter “jogo de cintura”, aquela capacidade para driblar algumas situações, é qualidade que nem todos têm. É a capacidade criativa de adequar-se às condições, situações e ao meio ambiente, de evoluir através dos obstáculos que a vida apresenta, sempre disposto a buscar novas soluções para problemas, sempre inventando ou recorrendo a alternativas que permitam seguir mais além. Quantas vezes na vida nos deparamos com fatos, eventos, problemas que parecem desafiar o nosso próprio equilíbrio e, aparentemente do nada, damos um “jeitinho” e resolvemos a questão?

     Essa carta, quando aparece numa jogada de tarot, pode estar simbolizando a necessidade de lidarmos com os problemas de maneira alegre e descontraída; inventar algo; usar uma alternativa diferente; lidar com dois ou mais assuntos ao mesmo tempo. Pode ajudar-nos a refletir sobre a necessidade de nos adaptarmos mais facilmente à novas situações, a entender melhor as perspectivas de acordos e sociedades. Saber lidar com os dois lados das questões, mantendo o bom humo e o foco. Pode, também, ajudar a nos recordar que podemos conduzir nossa busca espiritual sem necessariamente abandonarmos os aspectos materiais da existência. O 2 DE OUROS nos lembra que podemos aprender e ensinar ao mesmo tempo, aproveitando todas as situações, desde que estejamos em harmonia com o ambiente que nos cerca.

     Quando o 2 DE OUROS aparece pode ser um bom momento para nos questionarmos se somos o suficientemente pacientes e criativos para lidarmos com diversas situações, opiniões e ofícios ao mesmo tempo. Se estamos preparados para contornar egos, problemas, dificuldades sem nos deixarmos esmorecer. Se conseguimos manter o fluxo de energia ativo independente dos obstáculos ou oponentes que possam surgir.
     Ou seja, por quanto tempo conseguimos manter nossa presença, de forma ativa e assertiva, sem deixar a “peteca cair”?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

10 DE OUROS: Tesouros do Coração

Se a felicidade é um tesouro, como conservá-lo e dele usufruirmos de tal forma que ela permaneça inalterável em suas qualidades, preservada de tudo o mais que possa aviltar seus méritos e virtudes? E, sobretudo, que possamos "carregá-la" sempre próxima, para onde formos, em todos os momentos da nossa vida?

O artista recria, na imagem acima, a ideia da perfeita felicidade: o amor, o bem estar, o prazer físico e emocional, as relações bem construídas, as tradições preservadas, o contato com o mundo natural, tudo isso sobre uma bolsa, um porta moedas. Traduz, assim, a essência do naipe de Ouros, do elemento Terra: o mundo físico, real, concreto, o trabalho, o dinheiro, a saúde, os sentidos, o prazer e como todo esse conjunto se equilibra com os demais aspectos da existência (as emoções, a espiritualidade, o raciocínio) para nos permitir viver vidas plenas, equilibradas.
  
Harmonia, alegria, amor, contentamento nas relações familiares, sociais ou trabalhistas formam a essência do 10 DE OUROS. Ainda que ele se refira, primariamente, à felicidade em seus aspectos materiais, é a somatória, o resultado de todo um processo de desenvolvimento pessoal e coletivo, de conquistas materiais e o seu reflexo nas nossas emoções, em como progredimos espiritualmente através das ações desenvolvidas num mundo físico. 

Na imagem da lâmina do Tarot um grupo de pessoas, talvez uma família, reunidos num mesmo local, parecem desfrutar do conforto e abundância materiais. É um ciclo que se inicia na primeira carta do naipe de Ouros e se conclui na décima. É um projeto resolvido, terminado, com excelentes resultados, mas que nos suscita a seguinte pergunta: "E agora? Para onde seguir? O que mais há para realizar? Como preservar o que tenho, o que sou?"

Também no universo miniaturizado criado pelo artista percebe-se esse mesmo desejo de expressar um estado de harmonia emocional tão importante que se deseja eternizá-lo. Mas a vida não é somente uma festa, uma reunião de amigos, momentos de lazer merecidamente desfrutados com a família. Problemas, dificuldades, insatisfações, quem não as tem, em algumas etapas do caminho? Fazem parte do processo de aprendizagem de todo ser humano. Só sabemos o que é dor ou sofrimento porque conhecemos, e podemos comparar, com a sensação de bem estar e outros aspectos mais saudáveis e agradáveis do viver. Portanto, é natural querer preservar, pelo maior espaço de tempo possível, as condições de alegria e conforto que encontramos quando observamos e vivenciamos os pequenos milagres que a vida constantemente nos concede.

Olhando a imagem da pequena paisagem construída sobre uma bolsinha que pode ser carregada no bolso, podemos refletir em que talvez seja essa a melhor maneira de carregarmos nossas melhores lembranças, conquistas e sentimentos, nossos maiores tesouros: sempre conosco, em contato próximo com um coração agradecido.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O CARRO: pondo o pé na estrada... da Vida.

 

A imagem acima, além de bastante criativa, é um bom exemplo de como podemos "atualizar", por exemlo, a figura da carta do CARRO, Arcano 7 do Tarot.
O que me atrai nesse conceito que o artista inteligentemente expressou, é a de que somos nós o "veiculo" que vai em busca, que acelera, se atrasa, cujo pneu fura, a bateria descarrega ou a turbina pára de funcionar. Somos nós mesmos os pilotos, motorista, aqueles que fazem a máquina funcionar e que a conduzem por tradicionais e seguras rotas pré-fixadas e, algumas vezes, por estradas estranhas, desafiadoras e desconhecidas, pelo simples prazer em explorá-las.


Quantas vezes, por comodismo ou medo, pegamos carona no carro alheio, permitindo que outros nos conduzam, acomodando-nos à sua velocidade e destino? Quantas vezes nos deixamos ficar indiferentes aos nossos desejos ou objetivos e, de maneira alienada, entregamos nossas vidas nas mãos alheias para que outros decidam por nós como a viagem deve ser feita? E, depois, em quantas outras lacrimosas ocasiões nos arrependemos disso?


Para ser o piloto, motorista, condutor da nossa própria vida também há que se ter habilitação. Também será necessário provar-se capaz de compreender e decodificar os avisos e sinais de alerta nas ruas e estradas, de saber manobrar com destreza, respeitando leis e obedecendo regras. É preciso mostrar-se habilidoso não somente no arrancar com o veículo, mas também nos momentos mais difíceis de estacioná-lo, quando encontramos o espaço que buscávamos e que se ajusta perfeitamente às nossas necessidades. E devemos estar atentos à manutenção da viatura. Cuidar do todo e das partes. Da lataria ao computador de bordo. Saber identificar problemas, usar os equipamentos e recursos disponíveis na caixa de ferramentas e saber onde se encontra o manual do veículo com as necessárias soluções. Não deixar que o CARRO envelheça em sua funcionalidade, ainda que o modelo possa ficar antiquado. Embutir-lhe novas tecnologias para que a segurança de nossas decisões estejam garantidas, favorecendo os nossos planos de viagem.


E, muito importante, é não conduzi-lo sob a influência de nada que possa  nos iludir, desorientar nossa sentido de direção, diminuir nossa autonomia e embaçar nossa visão do caminho (Se beber, não dirija!). Pois é necessário que se entenda que o CARRO e seu motorista são um só, fundidos numa única entidade. Se, para assumirmos o controle da direção é necessário que estejamos suficientemente experimentados, para conduzi-lo em segurança é preciso sabedoria, destreza, auto-confiança e determinação. 

É preciso sentir que é chegado o momento exato de acionar a partida, engatar a marcha e pisar com firmeza e segurança, no acelerador. Ou então, ligar as turbinas e deixar que sua nave percorra as maravilhas do Universo.

E o resto? E depois, o que acontece? Bem, com toda essa preparação e planejamento, a viagem transcorrerá como foi pensada, imaginada, sonhada, sem maiores preocupações.
Esta é a viagem da sua Vida! Aproveite, então, a paisagem!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE: um simples saco plástico

http://youtu.be/YuJ31bu01mM

Ecologia é algo muito mencionado, discutido mas pouco vivenciado. Basta que nos apercebamos de como o planeta está reagindo ao nosso descaso, à nossa inconsequente interferência, à maneira abusiva com que o tratamos, para termos uma visão mais realista da nossa co-responsabilidade em relação à tragédias como tsunamis na Ásia ou infestação de pernilongos em Leopoldina-MG.

http://youtu.be/YuJ31bu01mM
Não adianta ficar buscando culpados e, no conforto de nossas supostamente bem protegidas casa, ficar apontando o dedo acusando uns e outros, pelas páginas de relacionamentos sociais. É preciso que nos olhemos no espelho,  que reconheçamos a nossa própria parcela de culpa nesse episódio. É necessário que enfrentemos a verdade nua e crua e paremos de transferir nossa parcela de culpa para os outros. É preciso que cada um de nós se pergunte: “O que é que eu faço de efetivo para evitar que o desequilíbrio ambiental da minha rua, da minha cidade, do meu país, do meu planeta aconteça?”
Tragédias e catástrofes acontecem para transformarem algo e que esse algo seja, antes de mais nada, a nossa maneira de encararmos a nossa responsabilidade pessoal em relação ao assunto. Refletindo como nosso comportamento individual afeta o ambiente de uma maneira muito mais ampla do que pensamos, e que essas consequências podem ser muito funestas, temos a oportunidade de nos corrigir, prevenindo e até evitando que episódios trágicos venham ou voltem a nos assombrar com seu rastro de doenças, mortes e destruição.


Hoje a postagem não traz apenas um comentário ou uma análise de algum dos arquétipos do tarot, no caso o Arcano III, a IMPERATRIZ, aquela que representa a Grande Mãe, a Natureza, a Terra, Gea, mas associa esse Arquétipo de fertilidade, de produtividade, de concepção, a uma recomendação de que assistam a um pequeno filme. Se nós aceitarmos o fato que o futuro nada mais é do que uma continuidade, uma consequência, um efeito do nosso hoje, do agora, que, por sua vez, é o resultado de ações e eventos passados, esse pequeno filme é, então, uma projeção do que pode ser o futuro, baseado do que sabemos do presente.

O futuro não é algo difícil de se predizer quando se tem consciência da extensão, das possibilidades e das consequências dos nossos atos, das nossas atitudes, dos nossos investimentos e das nossas omissões no momento presente. Sendo muito simples: o futuro é a colheita do que fazemos no presente, no aqui e agora.

ScreenHunter_06 Jan. 15 12.16Ainda que existam inúmeras razões para se duvidar, há vida inteligente na internet e o site WWW.FUTURESTATES.TV é um deles. Por que ele é hoje mencionado e recomendado aqui neste blog que se propõem, basicamente, a falar sobre tarot e outros oráculos? Porque hoje, 5 de junho é o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. E, se me permitem, não é preciso que se consultem cartas, runas, folhas de  chá, borra de café para ter-se uma ideia do que o futuro nos reserva: basta que saiamos às ruas, observando o lixo que se acumula, que se coleta e trata de forma não seletiva; basta que olhemos como nossas árvores são podadas, nossos parques e praças são cuidados; um simples olhar nas ruas da cidade, e lá nos deparamos com postes e paredes servindo indevidamente como suporte para publicidade, panfletos, anúncios comerciais; caminhe um pouco pelo seu bairro e observe os terrenos abandonados, acumulando mato e lixo ou os canteiros centrais das avenidas servido de local de depósito de lixo embalado inapropriadamente. Observe os cursos d'água, que cortam a cidade, e veja como são inutilizados com o acumulo de dejetos, de material de todo o tipo que o cidadão irresponsável descarta. Preste atenção ao desaparecimento dos animais silvestres e ao aumento de outros, nocivos à saúde.

Não é preciso nenhum talento, nenhum dom para prever o que nos reserva o futuro se algo não for feito agora, já. Não dá mais para esperar: é preciso que cada um de nós se comprometa a manter vivo este planeta, com ações concretas. Embalar o lixo, depois de separado, em sacos apropriados (não aquelas sacolinhas plásticas que embalam nossas compras de mercado...), respeitar o horário de deposição e coleta do mesmo, evitar a todo custo derrubar papel ou plástico no chão (estou me referindo aquele papel de bala, aquele guardanapo que acompanhou o espetinho, a bituca do cigarro, o palito de fósforo, o ticket de compra do mercado, etc), economizar água  e energia, dar preferência a embalagens recicláveis, tudo isso e muito mais são ações simples, que qualquer um pode incorporar aos seus hábitos diários e ensinar aos mais jovens.

ScreenHunter_01 Jan. 15 12.11O site FUTURESTATES visa mostrar, através de imaginativos filmes de curta-metragem, como será o futuro, baseado na situação ambiental e tecnológica que vivemos hoje, sob a ótica de novos cineastas e pensadores. Ainda que, em sua apresentação, o site se refira às possíveis consequências ambientais que Estados Unidos sofrerão nos próximos anos, creio que possamos perfeitamente estender essa visão para qualquer região do mundo, visto que os problemas são comuns. Afinal o planeta é um só e os donos (e, portanto, responsáveis) somos todos nós, sem limites de fronteiras, de governos, de ideologias.

ScreenHunter_04 Jan. 15 12.15O filme, cujo link, está anexado à esta postagem é do diretor americano Ramin Gahrani e mostra de uma maneira quase épica o caminho “de vida” percorrido por um saco plástico em busca da mulher que a trouxe do supermercado para casa e que, finalmente, jogou-a fora.
 


ScreenHunter_02 Jan. 15 12.13
Em seu atribulado caminho ele encontra estranhas criaturas, conhece a liberdade nos céu, chora a perda de sua ex-dona e tenta agarrar-se a um propósito na vida.
 
 


ScreenHunter_05 Jan. 15 12.15
Finalmente, esse saco plástico acaba no oceano, entre as ondas e correntes de marés, em direção à grande concentração de lixo que existe no Oceano Pacífico. O Vórtex. Lá, ele encontra seu nirvana, onde poderá conviver com outros tantos iguais a ele e, aos poucos, nas centena de anos que o separam do seu fim, deixar desaparecer as lembranças de sua antiga dona.
(Como um dado curioso, quem faz a voz do saco plástico é o diretor de cinema alemão Werner Herzog.)

ScreenHunter_03 Jan. 15 12.13Ainda que o filme tenha uma qualidade plástica inegável e que a história das aventuras do “imortal” saco plástico em busca de sua dona original seja comovente, ele tem a finalidade de alertar para a durabilidade, a influência e as consequências que um único e simples, aparentemente inocente saco plástico, onde carregamos nossas compras, tem em todo o ambiente, numa região muito mais ampla do que a nossa vizinhança, onde o descartamos.

O site tem um alerta constante na forma de uma reflexão:
Pense a respeito:
Há um minuto atrás, este momento era o Futuro.
Daqui a um minuto, tudo pode mudar.
 
Obs: Clique em qualquer link ou imagem e será automaticamente conduzido para o local do filme.
Imagens: Cenas do filme “Plastic Bag” do site www.futurestates.tv

terça-feira, 3 de junho de 2014

JULGAMENTO: o despertar para a Vida






Quando, pelas manhãs, ouço na TV uma determinada apresentadora dizendo “Acorda, menina! Acorda, menino!” não consigo deixar de pensar no Arcano XX do tarot, o JULGAMENTO. Esse “acordar para a vida”, “despertar do sono da noite” tem tudo a ver com a “chamada” para a vida, a trombeta que o Anjo faz soar anunciando um novo amanhecer.
O JULGAMENTO representa uma ressurreição no sentido em que podemos interpretar essa fase como uma vitória sobre o sono (um ensaio da morte) que nos impede de associarmos as recordações do passado (nossa memória) com a nossa consciência do mundo (lógica e razão).

Estive relendo, no site da Associação dos Alcoólicos Anônimos (A.A.A.) os chamados 12 Passos, um auto-de-fé, um confessional, um manual de ajuda espiritual no controle dessa doença crônica que é o alcoolismo e o reencontrar-se da pessoa consigo mesma, consciente das suas dificuldades, das suas fragilidades, da própria doença, mas dona de sua própria vontade. Creio que, independente da doutrina que qualquer pessoa siga e pratique, esses “passos” vêm comprovar a necessidade de recorrermos à ajuda espiritual, ou seja, à união da vontade humana com a vontade do nosso Divino interior, em diversas situações da nossa vida quando precisamos de uma chance de recomeçar, de renascer. É a razão, o estado mental consciente agindo em comum acordo com o inconsciente.

Permiti-me fazer comentários estritamente pessoais (em cor negra) correlacionando esse caminhar com as cartas do tarot, a viagem do Louco, Arcano 0 (nós mesmos, em nosso estado mais puro, mais instintivo, mais inocente). Evidentemente inúmeras outras conotações com outros Arcanos podem e devem ser feitas pois um dos grande fascínios do tarot é que nele nada “é” (definitivo), mas tudo “pode ser”, dependendo das circunstâncias, das questões abordadas, das demais cartas e do tipo de jogada, além da experiência pessoal de vida de quem realiza a leitura.

OS DOZE PASSOS

 
PRIMEIRO PASSO:
Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
(a abdicação do controle, tornar-se dependente, prisão: Diabo, Arcano XV) 


SEGUNDO PASSO:
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
(libertação através do colapso de velhas estruturas favorecendo a aceitação de uma nova realidade: a Torre, Arcano XVI) 


TERCEIRO PASSO:
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
(renunciar ao controle e alterar as prioridades: o Pendurado, Arcano XII) 


QUARTO PASSO:
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
(necessidade de saber a verdade a qualquer custo: o Eremita, Arcano IX) 


QUINTO PASSO:
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
(reconciliar-se com a admissão de erros, esclarecer e aceitar a verdade: o Sol, Arcano XIX) 


SEXTO PASSO:
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
(chegar ao ponto nevrálgico da questão e permitir o fim de um velho ciclo: a Morte, Arcano XIII) 


SÉTIMO PASSO:
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
(transmutação, cura e purificação: a Temperança, Arcano XIV) 


OITAVO PASSO:
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
(restabelecimento da harmonia e aceitação das responsabilidades: a Justiça, Arcano VIII) 


NONO PASSO:
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.
(tomar o controle da situação agindo com equilíbrio, honestidade e perseverança: o Carro, Arcano VII) 


DÉCIMO PASSO:
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
(autoconhecimento, coragem, força: a Força, Arcano XI)) 


DÉCIMO PRIMEIRO PASSO:
Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.
(inspiração, autoconfiança, fé: a Estrela, Arcano XVII) 


DÉCIMO SEGUNDO PASSO:
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
(abandono de velhos valores e adoção de novos princípios: Julgamento, Arcano XX)

A lista acima foi copiada (cor azul) do site dos Alcóolicos Anônimos.


Podemos observar na grande maioria de representações dessa carta do tarot, o JULGAMENTO, que ela é “coletiva”, é uma carta que se refere a uma transformação de consciência que é, muitas vezes, interdependente de uma conscientização de um grupo e um passo em direção da percepção de que fazemos parte de um todo maior, que é a nossa natureza divina. Portanto, a carta do JULGAMENTO diz que essa iluminação interior, esse ressurgir das cinzas não é apenas algo pessoal mas afeta a todos os demais. 

Em outras palavras, a minha recuperação, minha regeneração, meu renascer também depende muito do seu, de você que está me lendo neste momento e ambos influenciamos um terceiro. 

Estamos todos juntos nisso.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

ÁS DE PAUS: Germinal

 Desconheço a autoria ou qual tenha sido a finalidade original dessa imagem mas sempre que a reencontro em alguma pagina da internet lembra-me tudo o que a ideia de Vida pode conter. 
Até mesmo aquele paradoxo sobre o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, com que toda criança se diverte, retorna, desta vez mais sério e instigante. 

Planeta terra, azul como na descrição do astronauta, encerra em suas entranhas o fogo, em forma de magma. É a vida em ebulição, incandescente em sua força criativa e transformadora. É o fogo, o sopro da Criação, a materialização do poder gerador, a concretização da vontade, o calor que nutre, acolhe, abriga, cura e protege. 

Esse ovo espacial, cuja serena casca, recortada por mares e continentes, não revela o âmago vivo, o coração pulsante de suas entranhas. Mantém-se girando em órbitas que os homens da ciência qualificam e quantificam baseados em... em que coordenadas espaciais, dentro do infinito, podem os homens se basearem? Neste momento em que digito este texto, onde exatamente me encontro? E em que posição, se levarmos em consideração todo o espaço que nos abriga, e não apenas usarmos como referencias estes pequenos corpos do nosso sistema, uma galaxiazinha de nada flutuando na imensidão escura do Universo?

Essa foto, propositalmente construída, lembra um embrião, uma vida que acontece numa mágica que só mesmo os deuses poderiam ter imaginado. Alquimista-mór, o Criador nos fez assim, ovo e galinha ao mesmo tempo, criaturas e criadores, invólucros e essência. 


Quando nos deparamos, numa leitura de tarot, com a carta de um Ás, e em especial o ÁS DE PAUS, imediatamente a associo a estas mesmas ideias: fonte geradora de novas energias, o momento da criação, quando uma ideia começa a ser materializada. Chocadeira de ideias, emoções, desejos, vontades, inspiração, o ÀS DE PAUS simboliza a matéria prima que constitui os sonhos. A inspiração que motiva a imaginação, o raciocínio, a emoção e o físico a produzirem algo que antes era apenas uma idéia. É a fertilidade, o nosso potencial de gerarmos, gestarmos e parirmos tudo o que imaginamos, tudo o que só existe como uma ideia, pequena ou grande, dentro das nossas mentes.
 

Vivenciar e meditar sobre a energia contida nos Ases, especialmente no ÁS DE PAUS, é reconhecer-se funcional, potente, consciente, ativo, participando, como autor e como plateia, dessa mágica chamada Vida.

terça-feira, 27 de maio de 2014

6 DE ESPADAS: Travessia


Quantas vezes na vida prometemos a nós mesmos que nunca mais faremos isso ou aquilo, que não somos mais a mesma pessoa de antigamente, que superamos todos os problemas que nos faziam sofrer, que mudamos radicalmente nossa maneira de pensar tendo deixado para trás uma série de atitudes, preconceitos, crenças ou ilusões e que, daqui para frente tudo vai ser diferente? 
E quantas vezes essa promessa se cumpriu, realmente?

A foto acima, com esse carro dourado sobre o qual a escultura de um enorme Cristo crucificado está firmemente amarrada, é tão surreal quanto inspiradora, e não deixa de se assemelhar em conteúdo simbólico, associativo e imagético àquela que estampa o 6 DE ESPADAS.

 No Tarot, a carta mais positiva do naipe de Espadas, além do Ás, é a de número 6. Costumeiramente interpretada como sinal de uma mudança positiva, um abandonar de problemas e dificuldades existentes a nível mental, e a transição para uma nova forma de pensar a vida. É, enfim, um alento e um sopro de alguma esperança num naipe cujas cartas quase sempre prenunciam situações de conflito.

Muitas vezes na vida nós mudamos. Seja de casa, de trabalho, de relacionamento, de país, de religião, de interesses, de grupos de amigos, na vã esperança de, assim procedendo, estarmos nos transformando e modificando situações que nos incomodam. Freqüentemente somos tentados a nos iludir querendo acreditar que as transformações, que sabemos necessárias, ocorrem de fora para dentro. Fica mais fácil assim, não é mesmo? Como se fosse possível erradicar o passado por completo e recomeçar do zero, sem que nenhum traço do que fomos sobrasse para nos lembrar de algo, sem que isso fosse um longo trabalho de reformulação interior. 

O que deixamos para trás sempre é muito significativo e faz parte do nosso processo evolutivo. É a origem do momento presente. São indissolúveis: um é causa, o outro, consequência. Portanto, levamos conosco, onde quer que estivermos, o peso das nossas ações passadas. 

O problema acontece quando alguns não conseguem ver nos erros e desenganos as bases que nos fizeram optar por ações, atitudes e reflexões mais satisfatórias e harmoniosas. São pessoas que não conseguem perdoar a si mesmas e continuam construindo e erguendo, onde quer que estejam, uma cruz onde possam se auto punir, autosacrificar-se. Essas criaturas fazem grandes alterações em suas vidas, mas não alteram seus padrões mentais, o que as impede de evoluírem, não permitindo extraírem uma experiência positiva de qualquer desacerto, de qualquer erro cometido. 

Outras, entretanto, também carregam consigo onde quer que vão as experiências passadas, para delas se utilizarem como um referencial de seu próprio crescimento, em termos de conhecimento, ética, moral. A "cruz" não mais pesa sobre os ombros, dificultando e amargurando a caminhada, mas segue junto ao resto da bagagem, em meio a tudo aquilo que constitui sua história de vida. São as que sabem superar os obstáculos no caminho de um crescimento ético, moral, espiritual.

Então vemos a foto desse carro dourado, representando os nossos mais nobres pensamentos, a transportar sobre seu teto todas as dores e pecados do mundo, porém já redimidos.

Então a viagem torna-se realmente transformadora, pois não deixa para trás nada do que é ou foi importante pois podemos, a qualquer momento, nos utilizarmos dessas boas e más experiências e lições em caso de novas "turbulências" pelo caminho. Funciona como o estepe, o "macaco", a chave de roda e as demais ferramentas em ordem e em boas condições, além da caixa de primeiros socorros à mão. Estamos, então, prontos para fazermos continuarmos nossa viagem pela vida com maior segurança, conhecimento e habilidade.
Resta aproveitar a paisagem e confiar no sucesso da travessia.