Assumir que são nossas decisões pessoais que influenciam aquilo a que chamamos de "destino" é algo que muitas vezes procuramos, de todas as maneiras evitar. Responsabilidades, as temos muitas, por que então não transferir algumas delas a outrem? Por que fingimos não compreender o profundo significado daquele antigo e sábio ditado: "sempre colheremos aquilo que semearmos"?
Tantas são as pessoas que buscam nos oráculos e sortilégios a solução de seus problemas, acreditando que a simples consulta a eles resultará em respostas prontas, precisas e definitivas. Essas pessoas se recusam a ver que as cartas, os búzios, os mapas astrológicos, as runas, as folhas de chá, as borras de café, as varetas e moedas do iChing que consultam, por exemplo, são simples instrumentos utilizados para estimular uma reflexão mais profunda, que por sua vez auxiliará em escolhas mais apropriadas, em decisões mais coerentes. Nada de mágico existe naquelas laminas de papel estampado, nem em qualquer outro tipo de material de consulta oracular. Existe, isto sim, uma "mágica" (assim, entre aspas) e ela a se processa dentro de quem as consulta.
O tarólogo é um estudioso dos símbolos e de suas combinações, mas não é a solução dos problemas de quem o busca. Ele é uma ponte, uma CHAVE que, se bem usada, pode ajudar a abrir as portas da percepção de quem o procura. Simples assim.
Temos que assumir, de forma consciente, que somos os únicos responsáveis pelas atitudes com que enfrentamos os desafios da vida e, consequentemente, pelos resultados provocados por todas as nossas ações. Possuímos o enorme privilégio em poder escolher o caminho a seguir usando o nosso livre arbítrio. Podemos nos abrir para possibilidades, nos libertar da prisão dos condicionamentos, nos isolar para melhor avaliarmos e liberar toda a nossa criatividade e alegria de viver, bastando saber apenas em que porta devemos, ou não, usar nossa Chave, ou seja, o nosso bom senso.
A CHAVE é uma das 36 cartas que compõem o oráculo Lenormand, também chamado de Baralho Cigano. Símbolo de aberturas e fechamentos, representam os "códigos e senhas" que podemos ou devemos usar para termos acesso àquilo que desejamos. Ao mesmo tempo que pode significar um "insight", uma lembrança que temos, ao acaso, e que acaba sendo uma resposta ou solução a um problema, ela também pode significar um segredo, algo "guardado a 7 chaves", como se costuma dizer. Da mesma forma que ela significa libertação, pode significar aprisionamento: pode ser a revelação de algo secreto, ou manter algo em segredo, escondido.
Numa leitura cartomântica, a carta da CHAVE, dependendo da posição em que se encontra, pode estar significando que a solução para o problema, a resposta já existe dentro, ou então muito próximo, daquele que a está buscando. Revelando mistérios e segredos, permitindo que tenhamos acesso a conhecimentos, a CHAVE nos fornece a oportunidade de novos e mais significativos começos.
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