Conhecemos uma grande quantidade de jogos oraculares que se
utilizam de cartas, lâminas semelhantes às do baralho, e podemos encontrar no
comércio uma variedade deles, muitos com o nome de “tarot” ou “tarô”.
Em verdade são considerados Tarots (do italiano “tarrocco”) apenas os jogos compostos
pelos 22 Arcanos Maiores e os 56 Arcanos Menores e que obedecem a estrutura
simbólica e numérica do Tarot de Marseille (o mais tradicional) ou do Tarot de
Waite (uma reinterpretação mais artística e didática dos Arcanos). Os demais
oráculos, que não seguem esse padrão, não são “tarots”, mas “baralhos”, “cartas
oraculares” e não há nisso nenhum menosprezo ou crítica em relação ao seu uso e
eficiência como instrumentos de autoconhecimento e/ou oraculares.
O “Tarot Egípcio de Kier”, um tarot argentino criado na
metade do século passado e que não se enquadra exatamente nos padrões acima mencionados, sendo
menos popular devido à complexidade dos seus símbolos e à estrutura dos seus
Arcanos Menores, mas muito respeitado pelos tarólogos. Uma das suas cartas, a
PREMEDITAÇÃO (nº 52) propõe que
analisemos nossas escolhas visando sempre os fins pretendidos. O livre arbítrio, essa capacidade humana em optar,
considerando benefícios e perdas e prevendo resultados, é um dos temas mais recorrentes
nas leituras taromânticas.
Premeditar é ponderar, considerar alternativas, avaliar as
estratégias e imaginar as possíveis consequências. É meditar, no sentido de
isolar e focar sobre determinado assunto, avaliando-o racionalmente, observando
seus detalhes e julgando sua veracidade ou adequação dentro de uma determinada
situação ou processo de obtenção de um resultado pretendido.
É a planificação cuidadosa, astúcia, avaliação e a reflexão sobre os fatores e métodos a serem desenvolvidos e empregados na busca da satisfação pretendida.
Fazemos isso constante e até inconscientemente. Quando
escolhemos uma roupa para vestir, se vamos ou não levar um guarda-chuvas, quando
decidimos o que comer analisando um cardápio, ao escolhermos que programa de TV
assistir ou se vamos ao cinema ou ficamos em casa. Optamos quando planejamos o
itinerário da nossa viagem de férias, ou ao escolhermos qual a marca e o modelo
de carro a comprar. Fazemos isso ao decidir sobre qual a melhor escola para os
nossos filhos, ou se devemos ou não nos tornar sócios de um clube. Tomamos em
nossas mãos a decisão de compartilharmos nossas vidas com alguém, de termos
filhos e quantos e quais os nomes que daremos a eles, de nos separarmos. Todo o tempo estamos buscando discernir
sobre o que é melhor para nós e para quem amamos.
Evidentemente erramos em algumas ocasiões. Talvez porque não
tenhamos sido absolutamente racionais, éticos, justos, organizados, objetivos e críticos, honestos conosco,
criativamente imaginativos, verdadeiros estrategistas ao analisar todo o processo da
escolha. Precisamos lembrar que não
somos máquinas, insensíveis a mil e uma condicionantes tais como época, lugar,
cultura, recursos, experiências prévias, idade, meio social, tradições,
atividade, etc. Nestes casos só nos resta reconhecermos o erro e aprender com ele. Viver é um aprendizado constante e a nossa evolução espiritual também depende desse nosso esforço em coletarmos experiências, boas e más, e nos superarmos. Se a razão é importante no momento de escolher e definir metas, estratégias e objetivos, devemos
considerar que os resultados serão muito mais percebidos pelos nossos
sentimentos, nossas emoções. Sentir-se feliz e estar em paz
com a nossa consciência, em harmonia com o ambiente que nos cerca e progredindo em nosso desenvolvimento espiritual são sintomas que estamos agindo corretamente na busca e conquista dos nossos objetivos .
Portanto, quando a Razão parece não resolver o impasse, dê
uma chance ao seu Coração. Muito provavelmente você irá acertar.
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