sábado, 21 de junho de 2014

5 DE PAUS: competir x colaborar


Trabalhar em grupo é, antes de mais nada uma arte, pois é preciso ser criativo, humilde, seguro de si, aberto a novas ideias e oportunidades, diplomata, manipulador, companheiro, produtivo, generoso, participativo, etc, etc.
Ao contrário da (relativa) autonomia que possui aquele que trabalha sozinho, por conta própria, sem necessariamente ter que pedir a colaboração, interagir, prestar contas ou dar satisfações a outros, o trabalho coletivo, especialmente aquele de criação, exige de todos os participantes uma grande dose de autocontrole e de total ausência de preconceito. É necessário (e ideal) que todos os integrantes tenham ideias próprias e estejam prontos a compartilhá-las, defende-las e justifica-las. Mas, é preciso também, que saibam ouvir, compreender e até mesmo aceitar as opiniões dos demais, atentos ao fato que no trabalho grupal o que importa é o resultado, não necessariamente o autor da ideia.

Abandonar o ego, deixar de lado as vaidades, abrir mão do controle total, acatar a rejeição sem deixar intimidar-se, reconhecer que o outro pode ser, e muitas vezes é, capaz de produzir mais e melhor, não sofrer com críticas e recusas, são os grandes desafios enfrentados por todos os que trabalham coletivamente em função de um resultado único. O orgulho, a vaidade e o autoritarismo são os maiores empecilhos para o perfeito funcionamento das equipes. Sobrepujar essas dificuldades e abrir-se para a contribuição livre e espontânea são as qualidades que melhores resultados produzem quando temos que trabalhar ou mesmo discutir com outras pessoas.

A imagem da carta 5 DE PAUS do tarot é costumeiramente reproduzida e entendida como uma batalha, um momento de desgaste, de conflito, de combate. Isso não deixa de ser verdade, pois uma sessão ou reunião de “brainstorming” de um grupo de pessoas criativas é, em verdade, uma arena onde se batalha em defesa de ideias e opiniões, onde tem-se que editar, selecionar aquilo que melhor representa os interesses do grupo. Onde ótimas sugestões são abandonadas em favor de outras, onde o interesse comum sobrepuja o individual.
Isso não significa, necessariamente, que cada um abra mão da sua maneira de pensar ou de suas construções mentais, ou mesmo das suas crenças. O que é preciso entender é que, mesmo sem concordar integralmente com a opinião alheia, precisamos estar receptivos à novas ideias, a novos valores, a novas filosofias, a novas formas de pensar os problemas e suas soluções.  Esse talvez seja o maior e melhor efeito obtido nas relações em que existam  conflitos de ideias e vontades. Ampliar a discussão, alargar os horizontes, buscar outros pontos de vista para o mesmo problema, estimular a criatividade, reaprender a ver e ouvir, considerar alternativas e até mesmo falhas e impossibilidades, são alguns dos reconhecidos benefícios que as discussões proporcionam.

Flexibilidade nas ideias e nas relações interpessoais, desejo de colaboração, consciência crítica e empatia são qualidades indispensáveis na convivência, não só no ambiente do trabalho, mas na família, com os amigos, nas relações do dia a dia. Não significa que tenhamos que nos despir da nossa personalidade no intuito de agradar aos outros, ou que não possamos defender nossas ideias, pontos de vista, opiniões tementes de ferirmos suscetibilidades ou não sermos aceitos ou compreendidos. Ao contrário: o 5 DE PAUS nos remete diretamente à ideia de contribuição, de soma, de agregar para que o resultado pretendido seja sólido, bem resolvido em todas as suas etapas. É a carta do tarot que simboliza que é das diferenças e do debate sobre essas mesmas diferenças que nasce o entendimento. Como dizia o jornalista esportivo norte-americano Howard Cosell:

"A maior vitória na competição é derivada da satisfação interna de saber que você fez o seu melhor e que você obteve o máximo daquilo que você deu."
 


sexta-feira, 20 de junho de 2014

O PENDURADO: a inveja paralisante




A Inveja, um dos 7 Pecados Capitais, poderia ser comparada a um carro em  “ponto morto”: quando o câmbio não está engatado a nenhuma marcha. Quando, apesar de poder estar funcionando, não sai do lugar.
A Inveja e a carta XII do tarot, o PENDURADO, se equiparam nessa situação de inércia. Quando invejamos algo ou alguém, paramos de viver nossa própria vida, e passamos a depender da do outro. É uma forma de vampirismo, a inveja: coloca-nos na situação de mortos-vivos, necessitando da energia vital dos outros para vivermos (mal). É um estado de suspensão, onde nada acontece porque o foco do invejoso não está nele, nos seus projetos, suas ações, sua personalidade, seus próprios desejos.
A Inveja é o aspecto “sombra”, negativo, do PENDURADO, pois essa paralisação não acontece por acidente, por azar, por descuido, por sacrifício, mas por uma profunda baixa autoestima do indivíduo em questão. Ele não reconhece suas aptidões, qualidades e defeitos, ou seja, ele não se reconhece e passa a usar o outro não como modelo, mas como mero objeto de auto punição. Ao passar a invejar, a cobiçar, a nutrir uma admiração obsessiva pelo outro e por aquilo que o outro representa e possui, o indivíduo entra num estado de estagnação que vai deteriorando sua alma, quando não o seu físico também.
Resgatar a própria dignidade, reconhecer-se como um ser humano único, com qualidades e defeitos próprios; compreender que o que não nos pertence não nos acrescenta; que a vida alheia é isso mesmo, a vida do outro e não a nossa; deixar de nutrir ilusões e canalizar os objetivos e desejos para coisas possíveis de serem concretizadas, são algumas formas de desatarmos os nós que criamos e que nos mantém pendurados, suspensos no vácuo de uma semi-existência, de uma vidinha miserável, tão pequena que só vemos o outro e o que o outro tem, sem sobrar nenhum espaço para nós mesmos.
E, convenhamos, não existe essa história de “invejinha”, “inveja branca”, Inveja cor de rosa”. Existe, sim, Inveja, disfarçada, camuflada, maquiada. E “invejinha” ou “invejona” esses são os mesmos sentimentos, portanto nocivos a qualquer pessoa que deles se alimenta.
Nada melhor do que assumir a si mesmo, à própria vida, com todos os problemas, dificuldades, frustrações, possibilidades, perspectivas, esperanças e alegrias que ela proporciona e pensar que todo empecilho, todo obstáculo deveriam sempre funcionar como um trampolim para um salto ainda mais alto, para alcançar um novo patamar, para viver uma experiência mais plena, para evoluir ainda mais na auto construção de um ser humano ainda melhor.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

2 DE OUROS: o necessário jogo de cintura




     Não é a primeira e nem será a última vez que vejo alguém jogando capoeira e termino por associar esse jogo-dança-luta ao 2 DE OUROS, uma das cartas dos Arcanos Menores do tarot e  que simboliza, sobretudo, a flexibilidade na maneira de pensar e agir.

     Ter “jogo de cintura”, aquela capacidade para driblar algumas situações, é qualidade que nem todos têm. É a capacidade criativa de adequar-se às condições, situações e ao meio ambiente, de evoluir através dos obstáculos que a vida apresenta, sempre disposto a buscar novas soluções para problemas, sempre inventando ou recorrendo a alternativas que permitam seguir mais além. Quantas vezes na vida nos deparamos com fatos, eventos, problemas que parecem desafiar o nosso próprio equilíbrio e, aparentemente do nada, damos um “jeitinho” e resolvemos a questão?

     Essa carta, quando aparece numa jogada de tarot, pode estar simbolizando a necessidade de lidarmos com os problemas de maneira alegre e descontraída; inventar algo; usar uma alternativa diferente; lidar com dois ou mais assuntos ao mesmo tempo. Pode ajudar-nos a refletir sobre a necessidade de nos adaptarmos mais facilmente à novas situações, a entender melhor as perspectivas de acordos e sociedades. Saber lidar com os dois lados das questões, mantendo o bom humo e o foco. Pode, também, ajudar a nos recordar que podemos conduzir nossa busca espiritual sem necessariamente abandonarmos os aspectos materiais da existência. O 2 DE OUROS nos lembra que podemos aprender e ensinar ao mesmo tempo, aproveitando todas as situações, desde que estejamos em harmonia com o ambiente que nos cerca.

     Quando o 2 DE OUROS aparece pode ser um bom momento para nos questionarmos se somos o suficientemente pacientes e criativos para lidarmos com diversas situações, opiniões e ofícios ao mesmo tempo. Se estamos preparados para contornar egos, problemas, dificuldades sem nos deixarmos esmorecer. Se conseguimos manter o fluxo de energia ativo independente dos obstáculos ou oponentes que possam surgir.
     Ou seja, por quanto tempo conseguimos manter nossa presença, de forma ativa e assertiva, sem deixar a “peteca cair”?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

10 DE OUROS: Tesouros do Coração

Se a felicidade é um tesouro, como conservá-lo e dele usufruirmos de tal forma que ela permaneça inalterável em suas qualidades, preservada de tudo o mais que possa aviltar seus méritos e virtudes? E, sobretudo, que possamos "carregá-la" sempre próxima, para onde formos, em todos os momentos da nossa vida?

O artista recria, na imagem acima, a ideia da perfeita felicidade: o amor, o bem estar, o prazer físico e emocional, as relações bem construídas, as tradições preservadas, o contato com o mundo natural, tudo isso sobre uma bolsa, um porta moedas. Traduz, assim, a essência do naipe de Ouros, do elemento Terra: o mundo físico, real, concreto, o trabalho, o dinheiro, a saúde, os sentidos, o prazer e como todo esse conjunto se equilibra com os demais aspectos da existência (as emoções, a espiritualidade, o raciocínio) para nos permitir viver vidas plenas, equilibradas.
  
Harmonia, alegria, amor, contentamento nas relações familiares, sociais ou trabalhistas formam a essência do 10 DE OUROS. Ainda que ele se refira, primariamente, à felicidade em seus aspectos materiais, é a somatória, o resultado de todo um processo de desenvolvimento pessoal e coletivo, de conquistas materiais e o seu reflexo nas nossas emoções, em como progredimos espiritualmente através das ações desenvolvidas num mundo físico. 

Na imagem da lâmina do Tarot um grupo de pessoas, talvez uma família, reunidos num mesmo local, parecem desfrutar do conforto e abundância materiais. É um ciclo que se inicia na primeira carta do naipe de Ouros e se conclui na décima. É um projeto resolvido, terminado, com excelentes resultados, mas que nos suscita a seguinte pergunta: "E agora? Para onde seguir? O que mais há para realizar? Como preservar o que tenho, o que sou?"

Também no universo miniaturizado criado pelo artista percebe-se esse mesmo desejo de expressar um estado de harmonia emocional tão importante que se deseja eternizá-lo. Mas a vida não é somente uma festa, uma reunião de amigos, momentos de lazer merecidamente desfrutados com a família. Problemas, dificuldades, insatisfações, quem não as tem, em algumas etapas do caminho? Fazem parte do processo de aprendizagem de todo ser humano. Só sabemos o que é dor ou sofrimento porque conhecemos, e podemos comparar, com a sensação de bem estar e outros aspectos mais saudáveis e agradáveis do viver. Portanto, é natural querer preservar, pelo maior espaço de tempo possível, as condições de alegria e conforto que encontramos quando observamos e vivenciamos os pequenos milagres que a vida constantemente nos concede.

Olhando a imagem da pequena paisagem construída sobre uma bolsinha que pode ser carregada no bolso, podemos refletir em que talvez seja essa a melhor maneira de carregarmos nossas melhores lembranças, conquistas e sentimentos, nossos maiores tesouros: sempre conosco, em contato próximo com um coração agradecido.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O CARRO: pondo o pé na estrada... da Vida.

 

A imagem acima, além de bastante criativa, é um bom exemplo de como podemos "atualizar", por exemlo, a figura da carta do CARRO, Arcano 7 do Tarot.
O que me atrai nesse conceito que o artista inteligentemente expressou, é a de que somos nós o "veiculo" que vai em busca, que acelera, se atrasa, cujo pneu fura, a bateria descarrega ou a turbina pára de funcionar. Somos nós mesmos os pilotos, motorista, aqueles que fazem a máquina funcionar e que a conduzem por tradicionais e seguras rotas pré-fixadas e, algumas vezes, por estradas estranhas, desafiadoras e desconhecidas, pelo simples prazer em explorá-las.


Quantas vezes, por comodismo ou medo, pegamos carona no carro alheio, permitindo que outros nos conduzam, acomodando-nos à sua velocidade e destino? Quantas vezes nos deixamos ficar indiferentes aos nossos desejos ou objetivos e, de maneira alienada, entregamos nossas vidas nas mãos alheias para que outros decidam por nós como a viagem deve ser feita? E, depois, em quantas outras lacrimosas ocasiões nos arrependemos disso?


Para ser o piloto, motorista, condutor da nossa própria vida também há que se ter habilitação. Também será necessário provar-se capaz de compreender e decodificar os avisos e sinais de alerta nas ruas e estradas, de saber manobrar com destreza, respeitando leis e obedecendo regras. É preciso mostrar-se habilidoso não somente no arrancar com o veículo, mas também nos momentos mais difíceis de estacioná-lo, quando encontramos o espaço que buscávamos e que se ajusta perfeitamente às nossas necessidades. E devemos estar atentos à manutenção da viatura. Cuidar do todo e das partes. Da lataria ao computador de bordo. Saber identificar problemas, usar os equipamentos e recursos disponíveis na caixa de ferramentas e saber onde se encontra o manual do veículo com as necessárias soluções. Não deixar que o CARRO envelheça em sua funcionalidade, ainda que o modelo possa ficar antiquado. Embutir-lhe novas tecnologias para que a segurança de nossas decisões estejam garantidas, favorecendo os nossos planos de viagem.


E, muito importante, é não conduzi-lo sob a influência de nada que possa  nos iludir, desorientar nossa sentido de direção, diminuir nossa autonomia e embaçar nossa visão do caminho (Se beber, não dirija!). Pois é necessário que se entenda que o CARRO e seu motorista são um só, fundidos numa única entidade. Se, para assumirmos o controle da direção é necessário que estejamos suficientemente experimentados, para conduzi-lo em segurança é preciso sabedoria, destreza, auto-confiança e determinação. 

É preciso sentir que é chegado o momento exato de acionar a partida, engatar a marcha e pisar com firmeza e segurança, no acelerador. Ou então, ligar as turbinas e deixar que sua nave percorra as maravilhas do Universo.

E o resto? E depois, o que acontece? Bem, com toda essa preparação e planejamento, a viagem transcorrerá como foi pensada, imaginada, sonhada, sem maiores preocupações.
Esta é a viagem da sua Vida! Aproveite, então, a paisagem!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE: um simples saco plástico

http://youtu.be/YuJ31bu01mM

Ecologia é algo muito mencionado, discutido mas pouco vivenciado. Basta que nos apercebamos de como o planeta está reagindo ao nosso descaso, à nossa inconsequente interferência, à maneira abusiva com que o tratamos, para termos uma visão mais realista da nossa co-responsabilidade em relação à tragédias como tsunamis na Ásia ou infestação de pernilongos em Leopoldina-MG.

http://youtu.be/YuJ31bu01mM
Não adianta ficar buscando culpados e, no conforto de nossas supostamente bem protegidas casa, ficar apontando o dedo acusando uns e outros, pelas páginas de relacionamentos sociais. É preciso que nos olhemos no espelho,  que reconheçamos a nossa própria parcela de culpa nesse episódio. É necessário que enfrentemos a verdade nua e crua e paremos de transferir nossa parcela de culpa para os outros. É preciso que cada um de nós se pergunte: “O que é que eu faço de efetivo para evitar que o desequilíbrio ambiental da minha rua, da minha cidade, do meu país, do meu planeta aconteça?”
Tragédias e catástrofes acontecem para transformarem algo e que esse algo seja, antes de mais nada, a nossa maneira de encararmos a nossa responsabilidade pessoal em relação ao assunto. Refletindo como nosso comportamento individual afeta o ambiente de uma maneira muito mais ampla do que pensamos, e que essas consequências podem ser muito funestas, temos a oportunidade de nos corrigir, prevenindo e até evitando que episódios trágicos venham ou voltem a nos assombrar com seu rastro de doenças, mortes e destruição.


Hoje a postagem não traz apenas um comentário ou uma análise de algum dos arquétipos do tarot, no caso o Arcano III, a IMPERATRIZ, aquela que representa a Grande Mãe, a Natureza, a Terra, Gea, mas associa esse Arquétipo de fertilidade, de produtividade, de concepção, a uma recomendação de que assistam a um pequeno filme. Se nós aceitarmos o fato que o futuro nada mais é do que uma continuidade, uma consequência, um efeito do nosso hoje, do agora, que, por sua vez, é o resultado de ações e eventos passados, esse pequeno filme é, então, uma projeção do que pode ser o futuro, baseado do que sabemos do presente.

O futuro não é algo difícil de se predizer quando se tem consciência da extensão, das possibilidades e das consequências dos nossos atos, das nossas atitudes, dos nossos investimentos e das nossas omissões no momento presente. Sendo muito simples: o futuro é a colheita do que fazemos no presente, no aqui e agora.

ScreenHunter_06 Jan. 15 12.16Ainda que existam inúmeras razões para se duvidar, há vida inteligente na internet e o site WWW.FUTURESTATES.TV é um deles. Por que ele é hoje mencionado e recomendado aqui neste blog que se propõem, basicamente, a falar sobre tarot e outros oráculos? Porque hoje, 5 de junho é o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. E, se me permitem, não é preciso que se consultem cartas, runas, folhas de  chá, borra de café para ter-se uma ideia do que o futuro nos reserva: basta que saiamos às ruas, observando o lixo que se acumula, que se coleta e trata de forma não seletiva; basta que olhemos como nossas árvores são podadas, nossos parques e praças são cuidados; um simples olhar nas ruas da cidade, e lá nos deparamos com postes e paredes servindo indevidamente como suporte para publicidade, panfletos, anúncios comerciais; caminhe um pouco pelo seu bairro e observe os terrenos abandonados, acumulando mato e lixo ou os canteiros centrais das avenidas servido de local de depósito de lixo embalado inapropriadamente. Observe os cursos d'água, que cortam a cidade, e veja como são inutilizados com o acumulo de dejetos, de material de todo o tipo que o cidadão irresponsável descarta. Preste atenção ao desaparecimento dos animais silvestres e ao aumento de outros, nocivos à saúde.

Não é preciso nenhum talento, nenhum dom para prever o que nos reserva o futuro se algo não for feito agora, já. Não dá mais para esperar: é preciso que cada um de nós se comprometa a manter vivo este planeta, com ações concretas. Embalar o lixo, depois de separado, em sacos apropriados (não aquelas sacolinhas plásticas que embalam nossas compras de mercado...), respeitar o horário de deposição e coleta do mesmo, evitar a todo custo derrubar papel ou plástico no chão (estou me referindo aquele papel de bala, aquele guardanapo que acompanhou o espetinho, a bituca do cigarro, o palito de fósforo, o ticket de compra do mercado, etc), economizar água  e energia, dar preferência a embalagens recicláveis, tudo isso e muito mais são ações simples, que qualquer um pode incorporar aos seus hábitos diários e ensinar aos mais jovens.

ScreenHunter_01 Jan. 15 12.11O site FUTURESTATES visa mostrar, através de imaginativos filmes de curta-metragem, como será o futuro, baseado na situação ambiental e tecnológica que vivemos hoje, sob a ótica de novos cineastas e pensadores. Ainda que, em sua apresentação, o site se refira às possíveis consequências ambientais que Estados Unidos sofrerão nos próximos anos, creio que possamos perfeitamente estender essa visão para qualquer região do mundo, visto que os problemas são comuns. Afinal o planeta é um só e os donos (e, portanto, responsáveis) somos todos nós, sem limites de fronteiras, de governos, de ideologias.

ScreenHunter_04 Jan. 15 12.15O filme, cujo link, está anexado à esta postagem é do diretor americano Ramin Gahrani e mostra de uma maneira quase épica o caminho “de vida” percorrido por um saco plástico em busca da mulher que a trouxe do supermercado para casa e que, finalmente, jogou-a fora.
 


ScreenHunter_02 Jan. 15 12.13
Em seu atribulado caminho ele encontra estranhas criaturas, conhece a liberdade nos céu, chora a perda de sua ex-dona e tenta agarrar-se a um propósito na vida.
 
 


ScreenHunter_05 Jan. 15 12.15
Finalmente, esse saco plástico acaba no oceano, entre as ondas e correntes de marés, em direção à grande concentração de lixo que existe no Oceano Pacífico. O Vórtex. Lá, ele encontra seu nirvana, onde poderá conviver com outros tantos iguais a ele e, aos poucos, nas centena de anos que o separam do seu fim, deixar desaparecer as lembranças de sua antiga dona.
(Como um dado curioso, quem faz a voz do saco plástico é o diretor de cinema alemão Werner Herzog.)

ScreenHunter_03 Jan. 15 12.13Ainda que o filme tenha uma qualidade plástica inegável e que a história das aventuras do “imortal” saco plástico em busca de sua dona original seja comovente, ele tem a finalidade de alertar para a durabilidade, a influência e as consequências que um único e simples, aparentemente inocente saco plástico, onde carregamos nossas compras, tem em todo o ambiente, numa região muito mais ampla do que a nossa vizinhança, onde o descartamos.

O site tem um alerta constante na forma de uma reflexão:
Pense a respeito:
Há um minuto atrás, este momento era o Futuro.
Daqui a um minuto, tudo pode mudar.
 
Obs: Clique em qualquer link ou imagem e será automaticamente conduzido para o local do filme.
Imagens: Cenas do filme “Plastic Bag” do site www.futurestates.tv

terça-feira, 3 de junho de 2014

JULGAMENTO: o despertar para a Vida






Quando, pelas manhãs, ouço na TV uma determinada apresentadora dizendo “Acorda, menina! Acorda, menino!” não consigo deixar de pensar no Arcano XX do tarot, o JULGAMENTO. Esse “acordar para a vida”, “despertar do sono da noite” tem tudo a ver com a “chamada” para a vida, a trombeta que o Anjo faz soar anunciando um novo amanhecer.
O JULGAMENTO representa uma ressurreição no sentido em que podemos interpretar essa fase como uma vitória sobre o sono (um ensaio da morte) que nos impede de associarmos as recordações do passado (nossa memória) com a nossa consciência do mundo (lógica e razão).

Estive relendo, no site da Associação dos Alcoólicos Anônimos (A.A.A.) os chamados 12 Passos, um auto-de-fé, um confessional, um manual de ajuda espiritual no controle dessa doença crônica que é o alcoolismo e o reencontrar-se da pessoa consigo mesma, consciente das suas dificuldades, das suas fragilidades, da própria doença, mas dona de sua própria vontade. Creio que, independente da doutrina que qualquer pessoa siga e pratique, esses “passos” vêm comprovar a necessidade de recorrermos à ajuda espiritual, ou seja, à união da vontade humana com a vontade do nosso Divino interior, em diversas situações da nossa vida quando precisamos de uma chance de recomeçar, de renascer. É a razão, o estado mental consciente agindo em comum acordo com o inconsciente.

Permiti-me fazer comentários estritamente pessoais (em cor negra) correlacionando esse caminhar com as cartas do tarot, a viagem do Louco, Arcano 0 (nós mesmos, em nosso estado mais puro, mais instintivo, mais inocente). Evidentemente inúmeras outras conotações com outros Arcanos podem e devem ser feitas pois um dos grande fascínios do tarot é que nele nada “é” (definitivo), mas tudo “pode ser”, dependendo das circunstâncias, das questões abordadas, das demais cartas e do tipo de jogada, além da experiência pessoal de vida de quem realiza a leitura.

OS DOZE PASSOS

 
PRIMEIRO PASSO:
Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
(a abdicação do controle, tornar-se dependente, prisão: Diabo, Arcano XV) 


SEGUNDO PASSO:
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
(libertação através do colapso de velhas estruturas favorecendo a aceitação de uma nova realidade: a Torre, Arcano XVI) 


TERCEIRO PASSO:
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
(renunciar ao controle e alterar as prioridades: o Pendurado, Arcano XII) 


QUARTO PASSO:
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
(necessidade de saber a verdade a qualquer custo: o Eremita, Arcano IX) 


QUINTO PASSO:
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
(reconciliar-se com a admissão de erros, esclarecer e aceitar a verdade: o Sol, Arcano XIX) 


SEXTO PASSO:
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
(chegar ao ponto nevrálgico da questão e permitir o fim de um velho ciclo: a Morte, Arcano XIII) 


SÉTIMO PASSO:
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
(transmutação, cura e purificação: a Temperança, Arcano XIV) 


OITAVO PASSO:
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
(restabelecimento da harmonia e aceitação das responsabilidades: a Justiça, Arcano VIII) 


NONO PASSO:
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.
(tomar o controle da situação agindo com equilíbrio, honestidade e perseverança: o Carro, Arcano VII) 


DÉCIMO PASSO:
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
(autoconhecimento, coragem, força: a Força, Arcano XI)) 


DÉCIMO PRIMEIRO PASSO:
Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.
(inspiração, autoconfiança, fé: a Estrela, Arcano XVII) 


DÉCIMO SEGUNDO PASSO:
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
(abandono de velhos valores e adoção de novos princípios: Julgamento, Arcano XX)

A lista acima foi copiada (cor azul) do site dos Alcóolicos Anônimos.


Podemos observar na grande maioria de representações dessa carta do tarot, o JULGAMENTO, que ela é “coletiva”, é uma carta que se refere a uma transformação de consciência que é, muitas vezes, interdependente de uma conscientização de um grupo e um passo em direção da percepção de que fazemos parte de um todo maior, que é a nossa natureza divina. Portanto, a carta do JULGAMENTO diz que essa iluminação interior, esse ressurgir das cinzas não é apenas algo pessoal mas afeta a todos os demais. 

Em outras palavras, a minha recuperação, minha regeneração, meu renascer também depende muito do seu, de você que está me lendo neste momento e ambos influenciamos um terceiro. 

Estamos todos juntos nisso.